segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

CAMINHOS

De verso em verso,
Verso um modo
De encostar
Nos crísticos bastos cabelos.
De arrostar
A possiblidade
Da água ou do sangue,
Ou então do vinho.
De estriar a plantação rociosa,
A flórea avinhada estufa
De sanguinolentas flores
Da crística cabeça, prístina,
Preste ao espinho,
Prestativa ao caminho da dor.
Minha mão sedenta,
Com sede de seda,
De sedosas paragens,
Sedenta da textura
Do vinho ou do sangue,
Que, de toque em toque,
Estoca séculos
De bênçãos e maldições,
Sedenta, foi pelo percurso
Tocar na mãe
Do filho do homem,
Em seu sangue puro,
Queimando as vendas
De suas fendas,
Explorando suas plantações.
A existência de minhas mãos mudou.
Não se podem mais lavar.
Nunca nelas medrou tanto louvor.
Nunca tanto amor.

  

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