segunda-feira, 25 de abril de 2016

DIÁLOGO PÚBLICO-PRIVADO

De que sarro fala?
Do sedimento do seu vinho?
Da saburra pós-suruba
Em que sua língua ácida 
Enveredou por algum caminho?
Do resíduo do tabaco
Ou da fuligem da pólvora
Do seu olhar que teima
Em uma artificial toleima
Que despista a profundidade
Do seu próprio olhar, mistério
De gruta ou no mínimo
(Nos dias mais burocráticos)
De escaninho?
Qual foi o mistério
Do diálogo daquela noite
- Belo diálogo entre seu ânus
Avinhado e a privada,
E depois entre seu ânus
Avinhado e minha boca?
Qual o diálogo
Entre a vida pública
E a privada no poema?
E até que ponto
Você irá tirar sarro
Desse esquema?

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