quarta-feira, 22 de julho de 2015

SEM TÍTULO (UM BRILHO BRUXO NO FINAL DO PINGO DE SUA SALIVA QUEM AMA AMA O QUE VEM DE DENTRO O SABOR DA SALIVA)

Um brilho bruxo no final do pingo de sua saliva quem ama ama o que vem de dentro o sabor da saliva a queimação da urina o odor das fezes ela sonha em experimentar o próprio seio esquerdo tento procurar no Google como fazer quais os procedimentos é preciso cuidado como jantar um pedaço da amada junto com ela a mais bela luz de vela seu sonho de nulificação vela seu desejo de me ver – voyeur - canibal range meus dentes matilha me faz gostar do gosto e do odor das sujeiras que ficam na língua ao amanhecer – minha e dela – seu cu cult como saído de filme francês pisca antes dos gazes para que sua essência me transforme em mais perverso des Esseintes seu arroto no momento exato das palavras finais sobre a écriture barthesiana para após outro arroto iniciar uma conferência babenta sobre a riqueza com que Ricoeur absorveu o Estruturalismo e a semiótica greimasiana e os transcendeu hermeneuticamente a meleca de seu nariz é mais dourada que ouro tirado de nariz bilaquiano a cera de seu ouvido derrete na boca como sorvete de baunilha ferido pelo sol do meio-dia a bege amarelada marca cicatriz de nascença perto de sua virilha uma tatuagem a cobrirá ou não tomara que não tomara que não tomara que não nenhum neologismo mot-valise carroll-joyce-rosiano irá decifrar o enigma inominável desta marca cicatriz amarela e bege com a qual a natureza a presenteou sou só boca sou só boca e todas as partes de meu corpo que a leitura acabe.

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