quinta-feira, 25 de junho de 2015

SEM TÍTULO (O SER É NÔMADE,)

O ser é nômade,
Tudo é fluxo espermático, sanguíneo,
Os lobos que eriçam meus pelos
Para poderem viver,
A película de seus olhos
No arvorecer florestal,
O ritmo mágico da fala indígena
Que zumbe em seu ouvido
E prejudica a tecnologia dispendiosa
Das grandes cidades,
O mito alucinado invadindo
Seu corpo e o corpo citadino,
Os corpos das mulheres bêbadas
Anoturnadas, o vento que sopra
A pústula quente do seu desejo
Andrógino de ser Cristo,
O ser é nômade...
Mas algo tem de se repetir.
É preciso que algo se repita,
Caos saudoso no entorno
De algum retorno.
Uma palavra tensa, aflita,
Que, por um momento que seja,
Performe o eterno, densa.

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