quarta-feira, 16 de julho de 2014

DE GREGOS E ZUMBIS

O óbolo não esqueça,
Para que o oblívio
Não se espraie
Em aquerôntica margem.
Nossa vida, óbvia ou não,
E sua continuação,
Tem carôntico custo.
Tudo que é ôntico,
E até ontológico,
Tem preço, é pago,
Já muito antes
Do Capitalismo mais tardo.
Pirrônico ou anacreôntico,
O óbolo não esqueça.
Epicureia ou com veia
De Cleópatra,
Na língua o óbolo leve,
Seja a vida longa ou breve.
Ou então retorne
Para perturbar os vivos,
Olhos obnubilados,
Vísceras para todos os lados,
Membros ressequidos,
Para que a tradição
Venha de Homero
E chegue até Romero.

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