domingo, 29 de junho de 2014

CHAMADO

Ouço o chamado.
Parto em busca de sua origem.
Seu silêncio zumbisca em meus ouvidos
Como abelhas místicas.
O Verbo é um zumbido de abelhas místicas
Procurando mel.
Parto, nômade, aprendendo a organizar
O místico zumbido
Que faz escorrer mel de meu ouvido.
Percorro o mundo.
Pernoito todas as noites.
Se perdido, perdio sigo.
O mundo me percorre
Em minhas veias viajantes.
Encontro partes de Deus por toda parte.
Seu sangue regado em árvores,
Ainda palpitante, seiva.
Sua carne em esgotos,
Devorada por ratos abençoados;
Em pratos variados,
Mas com mais tempero nos dos pobres.
Como pregar a todos o pregado na cruz,
Se já esquartejado?
Deus se expandiu.
Não é preciso recolher seus pedaços.
Deus morto: enfim, o sagrado.






Nenhum comentário: