terça-feira, 13 de maio de 2014

HÁ MAIS DE UMA GOTA DE SANGUE EM CADA POEMA

Mulheres escarificam poemas em seus corpos.
Os poemas sacrificam danças e encenam rituais.
Sua polissemia dançante elabora uma hermenêutica
Da idade das civilizações na pele,
Ao mesmo tempo em que uma idade única
É refundada a todo momento.
Os poemas performatizam os corpos,
E os corpos se escrevem.
Toda escritura é em vermelho.
Há sangue em cada poema
(Não somente uma gota).
Os olhos preciosos das mulheres
Acendem seus poemas na escuridão.
Elas recitam as dores e as alegrias dos poemas
Que (as) conduzem rasgados no corpo.
Elas andam com a respiração do ritmo
De quem fosse a máquina do mundo...
Pode(m)-se dizer que são.

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