Um
galo berra, um pássaro voa;
Passo
minha beurre, minha manteiga francesa
No
pão.
É
salgada.
Por
alguma causa sem causalidade
Tão
aparente penso em um tango em Paris
E
na fotografia em que aparece
A
bunda de Beauvoir
(Poderia
ousar dizer que é espetacular?).
Desenvolvo
meu pensamento comestível
E
– voilà – me recordo de que ela disse
Que
Sartre nunca lhe tinha dado orgasmo.
Entendo...
Às
vezes o vazio existencial
Reflete
na cama:
O
Néant como la fin do senso da foda
(Imagino
então se fosse com Anaïs Nin).
Pobre
Sartre, não aja de má-fé;
Ponha
a mão na Consciência
E
assuma que, no fundo, tinha medo
Da
sexualidade da mulher.
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