sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A FLOR NA PELE

Um pesadelo de trepadeira-jade
Puxa minha perna à meia sombra esgueirada.
Meu desespero é que plantas
Se esgueiram quase imperceptíveis.
Alguns jardins me são paisagens de medo.
Que espécie de florista amaldiçoou meu sono
E minha vida na flor da idade?
Meu sono azulado que se confunde
Com o pesadelo trifoliado
De uma beleza terrivelmente perolada,
Com o pesadelo requintado de esmeralda?
Beija-flores são atraídos para este pesadelo
De condição pergolada.
Quando o pesadelo desperta no espelho
Sente sujeira até nos cabelos:
Caramanchão de cara manchada
Lavada em água marinha.
Uma polifonia ameaça meus ouvidos
Com asas de morcego
Incentivando a polinização.
Como polinizar nos sonhos?
As vozes querem me dar esta função,
Querem me dar asas.
Eu cedo, cedo para fugir
Ou para dar sentido a tudo isto.
Cedo para invadir outros sonhos,
Me comunicar com raízes
E flores à flor da pele
Dos homens cobertos com a areia do sono.

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