segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Os cílios da noite e seus cilícios
Afagam crimes hediondos
Que o dia não podia acobertar.
Há um crime hediondo
No olhar coberto de ternura.
Há medo em cada olhar,
E o medo anda armado
De mais medo e de armas contra ele.
O silêncio é um cilício
Que dissimula o medo
Quando o silêncio passa sem olhar.
Mas o silêncio também pode matar.
A amada pode matar.
O beco transforma as pessoas.
As luzes artificiais da noite
Disseminam a confusão nos olhares.
As luzes que violentam a noite
Com suas promessas de alegria e afeto,
Com suas promessas ansiolíticas.
Escrevo isto em um banco
De uma pacata praça
De uma pacata cidade
E pretendo lê-lo.
No momento, esta é minha esperança
(Pacata esperança)
De retomar o real afeto.

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