quarta-feira, 4 de setembro de 2013

FÓBICO

Um zumbido zumbi
Atiça a asa obsessiva
De um medo que percorre
Embaixo de móveis,
Do travesseiro e dos cobertores.
O som quase imperceptível
Apavora a hora,
Retoma o dia na oscilação
Asquerosa de sua asa vibrátil
E translúcida, enervada
Como nervuras de folha.
A vibração já apavora o mundo
A partir de seu sentido privado,
E os sentidos não se apaziguarão
Enquanto a vibração
Não for com o som da privada.
Cáften de outros sons,
Este alicia no ar imagens vagas
Como samsas de kafkas,
Voadoras cimitarras,
Sanscrituras samsaras
No rico rococó das sombras
Dos armários,
Sanscrituras de luzes de carapaças
Como fluxo
De renascimentos sonoplastas.
Quando as nervuras de medo
Do corpo se inscrevem na sombra,
Ela se enriquece mais
E agora são possíveis
Quaisquer metamorfoses.


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