domingo, 4 de agosto de 2013

Às vezes observo a água escorrendo
Da torneira, do chuveiro.
Às vezes até um vulto que lembra
A silhueta de Pessanha
Passa, pelo filtro da água, como imagem
Que não se fixa na retina.
Talvez seja esta a peçonha
Da serpente cristalina:
Não fixar as imagens em sua liquidez,
Em seu devir fluido.
A imagem vaga do amor,
Que pode tomar qualquer forma,
Também passa;
A imagem mais liquefeita,
Mais afeita ao líquido,
À fluidez deste devir desde sempre.
Meu suor se mistura a este fluido
E ao amor...
O amor é líquido,
Mas já acreditaram que a vida é líquida...
O amor é vida, Hilda?
Qual o estado do amor?

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