quinta-feira, 11 de julho de 2013

SEM TÍTULO (UM BALÉ MENSTRUADO CORA A BÚSSOLA DA NOITE,)

Um balé menstruado cora a bússola da noite,
Decora de improviso novas possibilidades
De luzes cruzando as ruas.
Bebês nascem neste balé,
E são amamentados pelos passos fiatlucíferos
Como anticristos de pele alvirósea
Desfiando um rosário meio arrependido, oscilante
De investigações teológicas pela boca dos becos
Mais corcundas, de rostos escondidos,
Dentes omitidos, endereços mentidos.
A bailarina quer beber todo o pus noturno
Que vaza na escuridão graduada.
Uma mulher vai se matar e o balé a envolve
Em uma série de digressões e práticas
De posições corporais específicas
Que parodiam e enganam a morte;
A bala do revólver revolve
Uma surpreendente balística teatral
E talvez a noite acabe se fechando
Em seu ventre com esta peça,
A não ser que peça mais um pouco de tempo
Para que a bailarina considere e salve
O resto do mundo.
Mas talvez ela não veja muito sentido nisto.

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