sábado, 27 de julho de 2013

POEMA PARA UMA OFICINA DE RAKÚ

                                                                                                            Para Luka Fagundes

Uma floresta salpicada
(Um salpico de floresta)
Permite que uma lesma
Tente violentar a paisagem.
Uma entidade aracnídea no escuro
Não consegue assombrar a lesma.
Mas uma resma de folhas
Cai em contemplativas mãos
Que adquirem uma fresquidão élfica
Num sonho panteísta
Como o da primeira sinalefa
De um discurso que se quis adâmico.
Nos arredores da floresta,
Fora de seu interior,
É a noite dos mortos-vivos.
Usuários de crack caem ao tentar
Encenar uma triste paródia de Thriller.
Planando, um eu deslocado,
Sobressaltoso com seu descontrole racional,
Consegue perceber
Seu próprio estranhamento transfigurado:
O eu pós-cozido revelado.

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