sexta-feira, 20 de julho de 2012


A vida é teatro
Que alguns dizem de máquina.
Eu digo de carne,
Teratológico, com o vício visceral
Da máscara exposed.
Mas é verdade que a máquina expõe.
Suponha que ouse
Uma musa de Chernobyl,
Repasto de câncer
Que nenhum médico viu,
Que o charme monstruoso
Do elefante assumiu,
Clitóris duplo com pênis no meio,
Infecundo, arabesco mal feito
No bico do único
Ou do terceiro seio,
Selo de garantia
De que Deus também é grosseiro
E de que no meio do belo
Sempre medra o que é feio,
Ânus com boca e olho saltado,
Nariz deslocado, membro com multiplicidade,
Alguém dirá o corpo legítimo
Da pós-modernidade;
Ausência de órgãos, caos errante
(Talvez eu, anacrônico, dissesse:
Tristeza hiante),
A musa de Chernobyl,
Na seção eating shit,
Seria alcunhada Chernobitch.

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