segunda-feira, 7 de maio de 2012

POEMA OBLÍQUO


A restinga de seus olhos
Concubina com a negra luz que chumba
Com pregos que parecem estrelas
O esquife que parece a noite,
Porque o sal é evidente, e brilha
Como pequenos cacos de vidro
Flertam com acinte e malícia
Os olhos da criança descuidada;
Como se o sangue tivesse o poder
De tingir a noite com contrastes ancestrais.
Restinga. Como se a vegetação dos cílios
Fosse se aproximar das águas turvas:
Noite e pinga; ou negros gatos pingados
Debandando pelos pingos das chuvas
- Ciganos com ressaca
Que ainda morrerão na água
Dissimulados em sacos.

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