domingo, 1 de agosto de 2010

TRINITAS

IN NOMINE PATRIS

Nel mezzo del cammin de minha vida,
Em minha selva oscura, clarificou
Aquela Castidade enorme
Que muitas vezes via como tirano disforme.
Ele - sacro enigma -, como mulher,
Permitiu meu cósmico desejo
Alimentar todo o ensejo
De atingi-lo em luz nos cabelos,
Nos seios, no quadril
Como vadia que não cobrasse
Exceto esse cálice de excesso
- Abscesso de fé, abismo ao revés -,
Essa quimera, essa semente,
Esse cuspe cuspido como lágrima de crente
- Vita nuova, plêiade mundana,
Paraíso terrestre.

ET FILII

Orquídeas roxas desabrochando
Com forte perfume rubescente
De indigente.
Calafrio de beleza nos cabelos de Madalena:
Óleo raro de paixão.
Coberta de sangue, a fé é mais bela.

ET SPIRITUS SANCTI

Em dia de caça
É melhor o antigo estilingue.
Ferir e cuidar
Para que voe novamente.

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