sábado, 19 de dezembro de 2009

O que é esse desespero mudo
Que ouço quando vibro os sons do mundo?
Que vivencio quando me percebo com vida?
Que tateio quando me sinto com carne
E que sofro quando me intuo com espírito?
Ter razão me assusta.
Raciocinar isto me apavora.
Sustenho meu susto nas intermitências
De encoleirado cotidiano.
O que é esse desespero mudo
Que me diz “por que não nada?”
“Por que algo, aqui e agora?”
Por que preciso indagar algo
Quando poderia ser nula afirmação?

4 comentários:

Bruno Giraldelli disse...

Racionalidade é um calabouço; ir sem rumo é que é, guiado, por sorte ou maldição, pelo farol de carne e de espírito.

Unknown disse...

sentir medo da propria racionalidade é absolutamente normal... o ser humano recebeu muitas bençãos, sendo o pensamento uma das mais importantes e intensas que o ele pode sentir memo sem poder entender sua essência...

(Sandro Faria) disse...

Muito bom, eu gosto de mais...
É como diria a maçã de Eva:
-A sabedoria tem seu preço.

Nilredloh disse...

Carlos,
gosto muito de seus escritos e da originalidade deles. Penso que o âmago deste poema é que somos seres inteligentes nas mãoes de um Destino que parece não sê-lo.
Um grande abraço de Portugal,
Jorge